Quando penso que mais nada poderá me espantar, algo ainda mais esdrúxulo acontece. Será que nossas chamadas “autoridades” leram a Constituição? “É dever do Estado garantir a segurança...” De qual segurança, me pergunto hoje, eles estão falando? Se nossos “agentes de segurança” são capazes de disparar 17 tiros contra um carro parado, sem ver quem estava dentro, porque “acharam” que eram os bandidos que estavam perseguindo?
Qual de nós é tolo o suficiente para acreditar que bandidos em fuga parariam espontaneamente para a polícia prendê-los? Que abordagem é essa, mesmo que bandidos fossem? Estamos numa guerra onde qualquer um é um inimigo que devo matar ou morrer? Onde ensinaram a esses policiais que é dessa forma que devem ser tratadas as pessoas? Essa é a conduta que esperamos de nossos “agentes de segurança”?
Quando a mãe de João Roberto parou o carro, o fez como cidadã consciente, para dar passagem à polícia. E qual foi o tratamento que recebeu? Poderia ser qualquer um de nós. Isso não foi uma abordagem, isso foi uma execução! E só por Força Maior não matou mais gente no carro.
Quantos Joãos ainda irão morrer? Sim, temos que perguntar! Já virou rotina notícias como essas e todos reclamam e nada acontece. Ao contrário, parece que estamos perdendo a capacidade do espanto! Se eu ou você fizéssemos algo parecido em nome da “defesa pessoal” creio que seriamos condenados a muitos anos! A desempregada que furtou um pacote de margarina e uns biscoitos para o filho faminto ficou presa e passou maus momentos na prisão.
Que justiça é essa que deixa em liberdade policiais que atiram sem saber em quem e matam? Eles têm “licença para matar” como nos antigos filmes de 007? Que personagem pensam que estão interpretando? Que justiça é essa? Que país é esse? Até quando? Impunidade para as corporações, para os grandes empresários, para os bancos, os planos de saúde, impunidade para a minoria de 5% da população brasileira que ganha acima de cinco salários mínimos e advogados espertos. E os 95% restantes? Não reza a Constituição que a Lei é igual para todos? Ou será que “todos” são somente os 5% porque nós, os restantes, somos invisíveis perante a lei?
Absurda e indigna a sentença no caso João Roberto! Sinto vergonha nesta hora. Minha total solidariedade à família. E Deus que nos proteja a todos, porque a impunidade é a certeza da continuidade de fatos como esse.
Impunidade não é compatível com Democracia...
Cristina Manga
(in "Crônicas")
Qual de nós é tolo o suficiente para acreditar que bandidos em fuga parariam espontaneamente para a polícia prendê-los? Que abordagem é essa, mesmo que bandidos fossem? Estamos numa guerra onde qualquer um é um inimigo que devo matar ou morrer? Onde ensinaram a esses policiais que é dessa forma que devem ser tratadas as pessoas? Essa é a conduta que esperamos de nossos “agentes de segurança”?
Quando a mãe de João Roberto parou o carro, o fez como cidadã consciente, para dar passagem à polícia. E qual foi o tratamento que recebeu? Poderia ser qualquer um de nós. Isso não foi uma abordagem, isso foi uma execução! E só por Força Maior não matou mais gente no carro.
Quantos Joãos ainda irão morrer? Sim, temos que perguntar! Já virou rotina notícias como essas e todos reclamam e nada acontece. Ao contrário, parece que estamos perdendo a capacidade do espanto! Se eu ou você fizéssemos algo parecido em nome da “defesa pessoal” creio que seriamos condenados a muitos anos! A desempregada que furtou um pacote de margarina e uns biscoitos para o filho faminto ficou presa e passou maus momentos na prisão.
Que justiça é essa que deixa em liberdade policiais que atiram sem saber em quem e matam? Eles têm “licença para matar” como nos antigos filmes de 007? Que personagem pensam que estão interpretando? Que justiça é essa? Que país é esse? Até quando? Impunidade para as corporações, para os grandes empresários, para os bancos, os planos de saúde, impunidade para a minoria de 5% da população brasileira que ganha acima de cinco salários mínimos e advogados espertos. E os 95% restantes? Não reza a Constituição que a Lei é igual para todos? Ou será que “todos” são somente os 5% porque nós, os restantes, somos invisíveis perante a lei?
Absurda e indigna a sentença no caso João Roberto! Sinto vergonha nesta hora. Minha total solidariedade à família. E Deus que nos proteja a todos, porque a impunidade é a certeza da continuidade de fatos como esse.
Impunidade não é compatível com Democracia...
Cristina Manga
(in "Crônicas")
Achei muito legal esse texto professora é um dos melhores textos que eu já vi!!!
ResponderExcluirASS:Álvaro