terça-feira, 31 de janeiro de 2012

AMANHÃ AS QUATRO

                         


Ilusão do tempo
despertou-me em espanto
certa manhã de janeiro.
Distraída em cotidianos
nem imaginava
que doces águas passadas
passeavam por meus passos
rotineiros.

Ilusão o tempo
que contamos em relógios
quando o sem tempo
se apresenta inteiro
intacto
no segundo imediato
de um reencontro.

Felicidade é amiga dos amantes
inesquecíveis
dos olhares cúmplices
dos sorrisos sorrateiros
capazes de romper normas
sem sentido nem valores.

Permanecem em qualquer tempo
sem medidas
sem definições
sem obrigações
porque são autênticos.

Brotam do infinito
lugar de origem
de todo sentimento,
sem ilusão de tempo.

Amanhã às quatro, disse-me,
e amanhã
ainda será hoje.
                                                     
 
Cristina Manga
(in "Estrelas de Barro")


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