TEXTO EM PORTUGUÊS E ESPANHOL ABAIXO
Recebi o livro ontem, por correio, conforme o combinado. A pesar da minha curiosidade por uma obra escrita por uma amiga e colega de escola, o tema agitava meus medos e o deixei ao lado da mesa, ao alcance dos olhos, como se tomasse fôlego, por tempo indeterminado, para que dissipasse os medos vários que pulam na pele da gente quando se fala, escuta ou se lê sobre o câncer.
Hoje, após as rotinas domésticas e telefonemas necessários olhei o embrulho cheio de selos do correio enfeitando o canto e decidi que preparada ou não eu ia enfrentar isso e ler o livro. O desembrulhei com carinho ainda apreensiva. Eram umas nove e meia da manhã. Não pude parar de ler até a última página.
Foram três horas sem interrupção de espantos, angústias e muitas, mas muitas gargalhadas! Meus demônios ficaram constrangidos diante do texto de Lilly e se esfumaram, ou se misturaram com os dela, os de antes e os de agora até que me devolveram a certeza de que somos todos somente humanos! Não tenho câncer (pelo menos que eu saiba), mas tenho outros fantasmas que teimam em ficar testando meus limites quase que diariamente. Pensei que seria apenas um traço neurótico meu, quem sabe. O livro de Lilly me devolveu a normalidade: sou mais um ser humano que tem seus próprios demônios como todo mundo e bom humor é realmente uma força inquestionável. Pode parecer estranho, mas a primeira coisa que quero agradecer é a certeza de que nossos delírios são provas de sanidade e humanidade. Estou salva!
Essa mulher que se olha de frente e põe às coisas os nomes que elas têm, que não coloca paleativo nas emoções nem nos raciocínios, que confessa seus limites de toda espécie e afronta os alheios sem rodeios, essa mulher que se despe com tal sinceridade em todos os aspectos, que ao contrário de se fragilizar ou àquele que lê, surge forte, determinada na fraqueza, lúcida na experiência, crítica de si e do mundo ao redor, com uma sanidade fantástica e profunda realidade.
O texto é fascinante porque é real, humano de fato, não se compõe de frases de efeito ou divagações médicas impróprias, mesmo expondo as impropriedades médicas... O tema é feminino, mas o texto é “o feminino” se expressando integralmente, no mais profundo da alma feminina em todas as suas formas de sentimentos e demônios.
Eu, que tenho pânico de doenças e médicos, diante da experiência pessoal de uma amiga que se fez querida, me surpreendi dando gargalhadas. Lilly deixa fluir toda sua forte personalidade, sua intelectualidade, sua ironia fantástica e sarcástica diante de tudo e todos de tal forma que o leitor se transporta para dentro da experiência dela totalmente. E, sem reservas, se mostra em toda sua fragilidade humana. Um livro que poderia se chamar “A verdade com Sinceridade” ou qualquer coisa que lembre integridade em toda circunstância, por mais dolorosa ou absurda que seja.
Para quem tem, teve, ou convive com alguém com essa doença o livro de Lilly é um grande remédio! Diria um grande espelho onde qualquer um, com ou sem câncer, pode se olhar de frente como um ser humano de fato. Pode refletir sobre a precariedade de nossos conhecimentos, de nossas políticas e práticas de saúde, da realidade cínica de nossos políticos, das condições de nossos tratamentos. Mas, além disso, de nossas próprias atitudes diante do outro e de nossos demônios.
Não leu ainda? Então leia!
Cristina Manga
(in "Crônicas)
P.S Lilly, olha quantas vezes consegui escrever a palavra câncer! Obrigada!
UN LIBRO Y MIS DEMONIOS
Recibí el libro ayer, por correo, conforme combinado. A pesar de mi curiosidad por una obra escrita por una amiga y compañera de liceo, el tema agitaba mis miedos y lo dejé al lado de la mesa, al alcance de mis ojos, como si con eso tomase un aire, por tiempo indeterminado, para que se borrasen los miedos varios que saltan a la piel de uno cuando se habla, escucha o se lee acerca del cáncer.
Hoy, después de rutinas domésticas y telefoneadas necesarias miré el paquete lleno de sellos del correo adornando el rincón y decidí que preparada o no yo lo iba a enfrentar y leer el libro. Abrí cariñosamente aún aprehensiva. Eran cerca de las nueve y media de la mañana. No pude parar de leerlo hasta la última página.
Fueron tres horas sin interrupción de espantos, angustias y muchas, pero muchas, carcajadas! Mis demonios quedaron constreñidos frente al texto de Lilly y se esfumaron, o se mezclaron con los de ella, los de antes, los de ahora, hasta que me devolvieron la certeza de que somos todos solamente humanos! No tengo cáncer (por lo que sepa), pero tengo otros fantasmas que insisten en testar mis limites casi diariamente. Pensé que podría ser un trazo neurótico mío, quien lo sabe. El libro de Lilly me devolvió la normalidad: soy solamente más un ser humano, que como todos tiene sus demonios y buen humor es una fuerza incuestionable! Puede parecer extraño, pero lo primer que deseo es agradecer la certeza de que nuestros delirios son pruebas de sanidad y humanidad. Estoy salva!
Esa mujer que se mira de frente y pone los nombres correctos a las cosas, que no coloca paleativo en las emociones ni en los raciocinios, que confiesa sus límites de toda especie y afronta los ajenos sin rodeos, esa mujer que se desnuda con tal sinceridad en todos los aspectos, que al revés de fragilizarse o al que la lee, surge fuerte, determinada en su fragilidad, lucida en la experiencia, critica de si misma y del mundo al redor, con un sanidad fantástica y profunda realidad.
El texto es fascinante porque es real, humano realmente, no se compone de frases de efecto o divagaciones médicas impropias, aunque exponga las impropiedades médicas… El tema es femenino, pero el texto es “lo femenino” expresándose integralmente, en lo más profundo del alma femenina en todas sus formas de sentimientos y demonios.
Yo, que tengo pánico de enfermedades y médicos, delante de la experiencia personal de una amiga que se hizo querida, me sorprendí dando carcajadas! Lilly deja fluir toda su fuerte personalidad, su intelectualidad, su ironia fantástica y sarcástica delante todo y todos de tal manera que el lector se transporta para adentro de la experiencia de ella totalmente. Y, sin reservas, se muestra en toda su fragilidad humana. Un libro que podría llamarse “la verdad con Absoluta Sinceridad” o cualquier cosa que nos remeta a la integridad en toda circunstancia, por más dolorosa o absurda que pueda ser.
Para los que tienen, tuvieron, o conviven con alguien con esta enfermedad el libro de Lilly es un gran remedio! Diría que es un gran espejo donde cualquiera, con o sin cáncer, puede mirarse de frente como un ser humano de hecho. Puede repensar sobre la precariedad de nuestros conocimientos, de nuestras políticas y prácticas de salud, de la realidad cínica de nuestros políticos, de las condiciones de nuestros tratamientos. Pero, además de todo eso, de nuestras propias actitudes con relación a los demás y a nuestros demonios.
No lo leyó aún? Entonces léelo!
Cristina Manga
P.S Lilly, mira cuantas veces conseguí escribir la palabra cáncer! Gracias!
Cristina Manga
(in "Crônicas")
Cristina Manga
(in "Crônicas")
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