domingo, 26 de fevereiro de 2017

ODILE CANTINHO 102 ANOS


Bom domingo a todas(os), apesar de...! Desculpem-me a tristeza e a saudade que hoje me pesa como buraco, daqueles que nunca se fecham. Muitas cenas de risos e conversas lindas passeiam por minha memória, gosto do frango do japonês da esquina que ela, a dona deste dia adorava na sua simplicidade. Hoje comemoro os 102 anos do nascimento de Odile Cantinho, a maior poeta pernambucana que conheci e tive a honra de dividir amizade, carinho a toda prova e uma enorme afinidade poética, dessas que só porque alguém lá encima resolveu que deveria haver. Coisa rara. Coisa linda. Coisa de irmãs que não se inventa nem improvisa. Coisas que só o coração reconhece. Para completar memórias a chuva resolveu aparecer e faz barulho por mim...

Odile dos olhos cor de água e sorriso largo, hoje o bolo você comerá com os poetas que se foram para planos outros. Eu fico na lembrança do abraço e das inumeráveis lições que me deixou. 

Para quem não teve o privilégio de conhecer (o que lastimo muito), um pouco dela que já havia postado no meu blog e a única entrevista que existe com ela, que tive a honra de fazer. No meu cantinho, bem guardada, um pouco da Cantinho que sempre encantava a quem a conhecia. Um show de mulher, um show de poeta!

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Esta mulher forte e doce, meiga e braba, que enfrentou todas as supostas regras da sociedade, escreveu livros que perdi a conta, andou por caminhos do canto ao poema, da nascente à plenitude, que orientou e contribuiu com muitos poetas com seu profundo conhecimento da língua portuguesa e suas regras, mas escolheu sempre o verso livre como a forma do verbo perfeito da sensibilidade e da imagem poética, completou neste 26 de fevereiro 94 anos de amor e vida. 


Desde o início desta amizade, sabedora de que eu festejava no dia seguinte, adotou-me como companheira pisciana, filhote poeta, para apagar velas juntas e celebrar a vida e a poesia como expressão maior das coisas belas ou não que ela contém. Porém, com a certeza de que a vida sempre vale a pena.

Usufruir de sua amizade e carinho é um privilégio raro, que guardo como um presente. Este ano, separadas por um pedaço de terra de alguns quilômetros, resolveu e “exigiu” do filho-amigão Ismael que a levasse até Condado, carregando metade do seu bolo de aniversário, para comemorar comigo. Nossa! Que presente! Assim, depois de conversas e um almoço “no Alexandre”, e tendo São Pedro ficado com tanto ciúmes que derramou um dilúvio em nossas cabeças, não deixei passar a oportunidade e gravei este vídeo dentro do carro, antes que retornasse ao Recife. 

Divido com vocês este pequeno grande tesouro postado no youtube. Não percam! 

Cristina Manga






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