Era uma sétima série como todas: hormônios e descobertas pelos poros, atenção difícil, aquela inquietude típica de adolescentes. Para encarar era necessário muito jogo de cintura, pensamento rápido e doses grandes de malabarismos pedagógicos para ajudar a fixar conteúdo.
Por tudo isso sempre repetia e repetia perguntas simples do que já sabia que iria cair na prova. E nelas sempre colocava uma questão que chamava “questão de graça” de tão simples resposta e de tanto que foi repetido.
Sendo o Egito Antigo o conteúdo naquele momento do ano, a ‘questão de graça” da vez era: Como se chamavam os reis do Egito após a unificação? Resposta “Faraó” e eis um ponto. Zero não teria mais! Perdeu a conta de quantas vezes fez a pergunta e em coro a turma respodeu, Faraó!
Tudo certo, matéria em dia, repetecos de fixação feitos, aplicar a prova.
Recolheu no final da aula e foi pra casa tranquila. Esta turma vai se sair bem, pensava.
A surpresa ficou por conta da correção. Na pergunta “Como se chamavam os reis do Egito após a unificação?” Resposta: Múmia.
Nãoooooo! Não pode ser! E mais quatro “múmias” filaram do aluno relapso! Por essa não esperava!
Cristina Manga
(in "Crônicas")
(in "Crônicas")
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