quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

MAS, AFINAL, O QUE ACONTECEU ONTEM? 9/DEZ/2015



Se você ainda não entendeu o que está acontecendo na Câmara dos Deputados e os abusos de poder e absurdos cometidos por Eduardo Cunha leia o texto de Francisco Costa!

"Quando pensamos que Eduardo Cunha esgotou toda a sua capacidade de manobrar com o Regimento Interno da Câmara dos Deputados e com a Constituição, presidindo aquela casa como se fosse de sua propriedade ou a igreja onde ele coleta dízimos, ele se supera na arte da desonestidade.

Eduardo age em duas frentes: na Comissão de Ética, para preservar o próprio mandato, e na Comissão Especial, que trata do impeachment de Dilma.

Vejamos primeiro o que acontece na Comissão de Ética: segundo o regimento Interno da Câmara, os trabalhos das comissões são automaticamente interrompidos sempre que se inicia uma sessão plenária, ordinária ou extraordinária.

O que faz Eduardo Cunha? Espera que a Comissão de Ética marque reunião para marcar sessão plenária no mesmo horário.
Se os deputados mudam a reunião, para não haver coincidência com a sessão do plenário, Eduardo muda novamente, de maneira a coincidir, protelando no tempo uma decisão sobre a sua situação, usando o cargo a seu favor, o que configura o crime de improbidade.

Vamos agora à Comissão que analisará o impeachment.
Cada partido tem um líder, escolhido pela respectiva bancada.
Este líder é reconhecido não só pela sua bancada, como pelas demais e pela direção do Parlamento, além dos poderes Executivo e Judiciário, que tratam diretamente com este líder, na impossibilidade de tratar com cada deputado, individualmente (são 513 deputados).
A este líder cabe representar o seu partido e indicar nomes para as comissões que venham a se instalar ou para outras atividades, como representar o partido ou a Câmara em eventos e solenidades, por exemplo.
Para não ferir o regimento e a tradição, POR CONSENSO, ficou decidido que os líderes dos partidos indicariam os nomes que comporiam a comissão que analisaria o impeachment, em número proporcional ao tamanho de cada bancada, num total de 65 deputados.

Prevaleceu o bom senso, como é de se esperar de homens que representam os interesses do povo brasileiro, e foram indicados, POR TODOS OS PARTIDOS QUE TÊM ASSENTO NO CONGRESSO, homens capazes de entender o que estão fazendo, capazes de entender as leis, de analisar um texto, de assumir responsabilidades de maneira consciente, ao contrário da maioria semi analfabeta, eleita por analfabetos políticos.

Formada a comissão, marcou-se data e horário para elegerem os diretores dos trabalhos, principalmente o presidente e o relator.

A oposição contabilizou os votos dos deputados da comissão e concluiu que a maioria é contra o golpe, e o que fez?
Rompendo o acordo prévio e CONSENSUAL, compôs uma comissão alternativa, formada de notórios medíocres, tanto no saber jurídico quanto na postura pública, no decoro, todos incendiários, radicais na arte de negar a democracia, a começar pelos líderes do chamado bloco BBB (Bala, Bíblia e Boi): Delegado Éder Mauro, Marco Feliciano e Carlos Heinze, além de notórios medíocres, que nunca apresentaram um projeto de lei, sequer, usando os respectivos mandatos em proveito próprio, como Paulinho da Força e Jair Bolsonaro.

Tivéssemos na presidência da Câmara um homem sério, probo, comprometido com o jogo democrático, com as leis e com o povo brasileiro, esta segunda comissão, pautada em interesses escusos, seria recusada, por ferir o acordo prévio e desautorizar os líderes dos partidos, mas a “casa do povo” está presidida por um gangster, um bandido capaz de dar inveja em Marcola e Beira Mar, e, mais que acatada, violentando tudo, iria ser votada em plenário, com VOTO SECRETO, para que se escondesse as manobras, principalmente a desenfreada corrupção que se instalou no legislativo, com muitos reais e dólares comprando votos.

Para disciplinar a zona e transformar a Câmara dos Deputados em uma assembléia, deixando de ser um covil, o valoroso PC do B entrou com um pedido de suspensão de tudo o que diga respeito à formação e funcionamento da comissão.
Reconhecendo toda a ilegalidade do processo e alegando que, a continuar como está, tudo poderia ser invalidado depois, voltando-se à estaca zero, o Ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal – STF, acatou o pedido do PC do B, suspendendo todos os trabalhos, até que o plenário do tribunal se reúna, na próxima quarta feira, 16, e determine o rito da formação e funcionamento da Comissão que tratará da admissibilidade do impeachment.

Resta a vergonha. Este Congresso brasileiro é tão ruim, tão venal, tão absurdamente medíocre que tem que ser tutelado pelo STF, quebrando a harmonia e a independência entre os três poderes.

Nas redes sociais, os coxinhas, despolitizados analfabetos políticos, estão revoltados, já que olham a política com a passionalidade de torcedor de futebol: se o centro avante do meu time fez o gol em posição de impedimento, com a mão e aos 53 minutos do segundo tempo, não interessa. interessa é que o meu time ganhou.
Durma-se com uma barulho desse!"

Francisco Costa
Rio, 09/12/2015.




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