Nos livros constam os nomes dos reis.
Os reis arrastaram os blocos de pedra?
E a Babilônia tantas vezes destruída
Quem a ergueu outras tantas?
Em que casas da Lima radiante de ouro
Moravam os construtores?
Para onde foram os pedreiros
Na noite que ficou pronta a Muralha da China?
A grande Roma está cheia de arcos de triunfo.
Quem os levantou?
Sobre quem triunfaram os césares?
A decantada Bizâncio só tinha palácios
Para seus habitantes?
Mesmo na legendária Atlântida,
Na noite em que o mar a engoliu,
Os que se afogavam gritavam pelos seus escravos.
O jovem Alexandre conquistou a Índia.
Ele sozinho?
César bateu os gauleses.
Não tinha pelo menos um cozinheiro consigo?
Felipe da Espanha chorou quando sua Armada naufragou.
Ninguém mais chorou?
Frederico II venceu a Guerra dos Sete Anos.
Quem venceu, além dele?
Uma vitória a cada página.
Quem cozinhava os banquetes da vitória?
Um grande homem a cada dez anos.
Quem pagava as suas despesas?
Tantos relatos.
Tantas perguntas.
BERTOLD BRECHT (1898 – 1956)
"nenhuma luz brilha se não for pela vontade da classe trabalhadora" Alan Wods
ResponderExcluirNeto, a frase é de grande efeito, mas merece muitas reflexões, já que a história desmente em várias situações...
ResponderExcluirPenso que o importante é perceber que sem o trabalho nada se concretiza. O capital per si nada cria a não ser mais capital e ainda assim porque pessoas trabalham para que ele se reproduza.
A consciência do poder político de qualquer classe passa por questões conjunturais e estruturais que acabam por interferir e muito...
Mas vale a frase dele como impacto. Obrigada.
Cristina Manga